Que eu quero

Jeremy Camp - "There Will Be A Day": essa música de tempo em tempo me faz chorar.

Eu perco a fé muito fácil, me impressiono fácil demais com o que é bonito. Mas eu sei que você não me vê porque sou bonita, e mesmo assim continuo, até me arrepender e o ciclo recomeçar.
Aliás, é tudo assim, não é? Por meio de ciclos. Nada é novo, nada não foi feito antes. Quem dera ser eu a primeira a fazer algo, algo grande. Sei que não precisa ser novo para ser nobre. Mas, eu só... Eu exijo demais.
O Rei disse: você será média. Mas não quero ser média. Quero ser eu robotizada, quero tirar dez e quero não ter celulite e quero saber conversar com pessoas e encantá-las com o jeito que uso e ordeno minhas palavras, parecendo que delas sou dona, quando vivo numa guerra com elas, não chegando nem ao menos perto de possuí-las. Pois não sei me expressar, essa é a verdade despida, isso sou eu: desajeitada, sem saber como me comportar em público, agradando apenas por sorte. Sou estranha demais.
Mas me amo, de fato, tenho certa afinidade por mim. Esta, porém, não passa de hoje: o amanhã já está com meu nojo próprio debaixo dos braços, acenando atrás do Sol. Quero um mapa de mim, e talvez ele exista, só esteja perdido pelas veias, as da minha corda vocal, a da esquerda, porque não muito do que faço é direito. Tenho fama de muita coisa, mas muita coisa não sou. Os meus sonhos o tempo esmurra e minhas ambições têm montanhas antecedentes.
Ninguém me diz o que fazer, e duvido que aceitaria algum conselho bom o suficiente para alcançar o que quero. Espere. O que eu quero mesmo? Nem eu sei, nenhuma mulher sabe. Perdão, Freud, no meu caso ao menos não é de propósito.
Pois bem, aqui é a parte em que se ouve o início do voo da bala no escuro: quero ganhar um pouco de atenção, quero cantar como aquela garota no Youtube, quero ter o corpo de uma atriz pornô que vi ontem, quero não me sentir prestes ao vomitar quando estou ao lado de minha antiga melhor amiga, quero ter coragem para levantar a mão e ir fazer o exercícios na lousa para a classe, quero ser mais bronzeada, quero mais peito, quero menos bochecha.
Céus, isso não é a metade. Mas já é algo muito grande, é o que tem lotado minha cabeça. Bem, ao menos o que posso dizer numa página pública. A bala assim atinge a parede.
E eu ainda sou o encanamento.


3 escafandrinhos disseram algo:

Rafaelle Benevides disse...

estou adorando ler a tua prosa. abraço.

Anônimo disse...

Você não tem ideia do quanto eu admiro seu textos. Eu não consigo ler e parar no meio...tenho sempre que ir até o fim (y)

Anônimo disse...

A alguns meses estou lendo seus textos, e percebi que isso que vou te pedir provavelmente não é do seu agrado, mas enfim...não custa nada, certo?
É coisa boba, mas você gostaria de visitar o meu blog? Eu poderia estar falando isso pra qualquer outra pessoa, mas eu realmente me identifiquei com a sua forma de escrita <ol
- besta eu
Bom, se voce quiser, o endereço é "snoow globe"...com dois " O's " mesmo. Thx

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