Into the fire again
Nós estávamos sentados sobre o concreto, ele era meu ninho novamente. Me abraçava como se eu fosse uma criança, e não sentia o impulso de mexer um músculo sequer. Por músculo, entenda-se um par de braços bronzeados que me seguram sem esforço. Não, realmente não há esforço: só há prazer mútuo.
Alguém chegou onde estávamos. Me desvincilhei. Coloquei as mãos sobre o rosto como quem se esconde, e esperei o baque passar. Ser tirada bruscamente de onde pertenço me deixa lenta por um certo tempo. O alguém foi embora. Eu me sentei virada de frente para ele. A mão dele tocou a minha. Eu tive borboletas por um segundo.
Comecei a passar o indicador por cada articulação da mão, sentindo as unhas, os ossos, os calos da guitarra e as linhas que ainda não sei ler. Fiquei olhando para baixo por muito tempo, então ele me perguntou: "O que foi?" E eu continuei olhando para baixo, calada.
"Tá tudo bem?" ele perguntou um pouco mais preocupado. Eu resolvi olhar para cima. E não: não respondi a sua pergunta. Na verdade, respondi com um beijo, mesmo não sendo o que ele queria naquele momento. O que ele queria era que minha boca se mexesse, soltando alguma frase normal, e era aí que eu iria falhar.
Queria muito dizer que o que estava na minha cabeça é que ele era muito importante para mim. Que eu não canso dele e de olhar para ele quando não percebe que estou perto. Que ter meu melhor amigo como namorado é novo para mim, e que estou feliz demais por isso, e que espero que dure, e que vou me esforçar para mantê-lo dessa forma: gostando de mim, mesmo nos dias em que acordo com o cabelo bagunçado, a maquiagem mal passada e as roupas não combinando.
Quando ele se ofendeu com uma pergunta que eu não devia ter feito (ele disfarçou muito bem, mas eu o conheço desde os três anos, então percebi), vi como seria cruel se ele me deixasse naquele momento. Se desistisse de tudo, como eu fiz com outros meninos. Eu ficaria muito angustiada.
Espero que ele tenha entendido isso com o beijo que lhe dei.
Alguém chegou onde estávamos. Me desvincilhei. Coloquei as mãos sobre o rosto como quem se esconde, e esperei o baque passar. Ser tirada bruscamente de onde pertenço me deixa lenta por um certo tempo. O alguém foi embora. Eu me sentei virada de frente para ele. A mão dele tocou a minha. Eu tive borboletas por um segundo.
Comecei a passar o indicador por cada articulação da mão, sentindo as unhas, os ossos, os calos da guitarra e as linhas que ainda não sei ler. Fiquei olhando para baixo por muito tempo, então ele me perguntou: "O que foi?" E eu continuei olhando para baixo, calada.
"Tá tudo bem?" ele perguntou um pouco mais preocupado. Eu resolvi olhar para cima. E não: não respondi a sua pergunta. Na verdade, respondi com um beijo, mesmo não sendo o que ele queria naquele momento. O que ele queria era que minha boca se mexesse, soltando alguma frase normal, e era aí que eu iria falhar.
Queria muito dizer que o que estava na minha cabeça é que ele era muito importante para mim. Que eu não canso dele e de olhar para ele quando não percebe que estou perto. Que ter meu melhor amigo como namorado é novo para mim, e que estou feliz demais por isso, e que espero que dure, e que vou me esforçar para mantê-lo dessa forma: gostando de mim, mesmo nos dias em que acordo com o cabelo bagunçado, a maquiagem mal passada e as roupas não combinando.
Quando ele se ofendeu com uma pergunta que eu não devia ter feito (ele disfarçou muito bem, mas eu o conheço desde os três anos, então percebi), vi como seria cruel se ele me deixasse naquele momento. Se desistisse de tudo, como eu fiz com outros meninos. Eu ficaria muito angustiada.
Espero que ele tenha entendido isso com o beijo que lhe dei.
sexta-feira, junho 11, 2010
|
Categorias:
dramatizado,
éssidôis
|
Assinar:
Postar comentários (Atom)
3 escafandrinhos disseram algo:
Eu já gostei de um melhor amigo meu e deu em namoro, agora nem nos falamos mais :P
Ahh vida, adoreei. Realmente, namorar o melhor amigo é a melhor coisa do mundo, mas, as vezes nos machucamos pois conhecemos todos os jestos dele. Adorei!
Ele vai entender. O amor sempre entende. beijos, isa.
Postar um comentário