"Somos tão jovens..." - Legião Urbana, "Tempo Perdido"

Todo dia que eu sento na chess do sofá da sala para ler, eu ligo meu iPod e fico escutando as músicas do "Piano Collections", do Paramore. Eu não sei porquê, mas as músicas desse álbum me transportam para "dentro" do livro. Eu sinto muito mais o enredo quando leio escutando alguma coisa que tenha ligação sentimental com o livro.


E quando eu olho através da janela, eu percebo o quanto vou sentir falta desse tempo, dessa minha juventude. E eu ainda sou tão jovem...

Mas sei que quando for mais velha, quando tiver tinha casa, vou lembrar desses dias, sentada no sofá e olhando os pássaros voarem sem cessar pela janela. Quase todo dia eles param por uma fração de segundo na grade da sacada. Quando eu olho para eles, ou já voraram, ou estão prestes a voar, cantando. E cantando, e cantando.
E se tem uma coisa que não vai se apagar da minha memória, é o dia que falei pra mim mesma: preciso ter alguma imagem para me lembrar dessa casa. Qualquer coisa. Então eu olhei pela janela e fiquei assistindo enquando um rapaz apressado ia em direção à esquina, com mochila nas costas. Ela passou perto de uns pássaros que voaram espantados com o barulho de seus passos, fazendo com que, de longe, vários pontinhos se despersassem no céu. Então começou a ventar, e a árvore, que fica na esquina-a qual se direcionava o homem da mochila-ficou balançando de uma lado para o outro. Enquando isso, o homem me saia do campo de visão, já ultrapassando a esquina.
Isso se passa na minha cabeça como um filme, e consigo me lembrar exatamente dessa cena toda vez que me esforço. Eu sei que eu não vou esquecer disso, porque eu determinei para mim mesma que aquilo é a cena da minha casa que tenho que guardar na lembrança.

Eu sei que muitas dessas lembranças ficam em mim automaticamente, mas essa foi proposital, e é isso que a torna especial.
Eu realmente espero que as coisas melhorem cada vez mais. Minhas amizades, meus conceitos, e meu jeito diferente de ver o mundo.

Mantendo a modéstia e sendo controvérsia (se é que isso é possível), me falam constantemente que ajo além da minha idade. Meu senso de humor, eu admito, é bem imaturo, mas o jeito como penso é que me torna diferente, dizem. Eu realmente não me importo com o que pensam do que eu penso. Eu não tenho que provar para ninguém que estou feliz to jeito que sou. Tem gente que me odeia, e eu odeio muita gente, mas eu tento de verdade conviver pacificamente com as pessoas de quem não gosto.
E, bem, acho que isso me torna bem diferente, ou esquisita. Talvez haja muita gente assim, mas com medo de se expressar. Talvez isso que eu estou falando seja bobagem.

Ou talvez eu esteja certa.

De qualquer modo, eu não vou mudar minhas colocações. E pela décima vez: "eu mudo de opinião, mas nunca de conceito."

E pela décima primeira vez: vou sentir falta dessa juventude e dessas descobertas sobre mim mesma e sobre esse mundo.

Ah, como esse mundo é grande...
PS: foto original by me. :)

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